Petrobras
A Petrobras anunciou ontem um investimento de R$ 265 milhões nos próximos anos para apoio ao esporte, visando os Jogos Rio 2016.
Até 2014, 5 confederações olímpicas irão receber R$ 20,1 milhões/ano, num total de R$ 100,5 milhões, através do Instituto Passe de Mágica, da ex-atleta de basquete Magic Paula.
As modalidades contempladas são (incluídos os valores anuais e as potenciais medalhas em 2016):
- Boxe: R$ 5 milhões, 52 medalhas;
- Esgrima: R$ 3,4 milhões, 30 medalhas;
- Levantamento de Peso: R$ 3,3 milhões, 45 medalhas;
- Remo: R$ 4,1 milhões, 52 medalhas;
- Taekwondo: R$ 4,4 milhões, 32 medalhas.
Esses esportes foram escolhidos pelos poucos recursos recebidos através da Lei Piva e de patrocínios, além do alto potencial de medalhas que podem trazer para o Brasil.
Badminton
Fiquei pensando porque o badminton não foi incluído. Se não me engano (não tenho certeza), o Celso Wolf Jr (presidente da CBBd) também esteve com os presidentes dessas modalidades em uma visita à Petrobras.
O badminton tem as mesmas dificuldades financeiras que as demais modalidades e recebe aproximadamente o mesmo percentual da Lei Piva que as demais confederações.
Potencialmente, o badminton poderia dar 15 medalhas (1 ouro, 1 prata e 1 bronze) em cada evento (simples masculina, simples feminina, duplas masculinas, duplas femininas e duplas mistas). Isso não é tão verdade, pois o máximo que um país pode ter são 3 atletas em cada evento de simples e 2 duplas em cada evento de dupla, o que reduz esse potencial para 12 medalhas. Mais abaixo, explico melhor os critérios de classificação para os Jogos.
Aí, começam os nossos problemas. Na verdade, esse potencial se reduz ainda mais pelo fato de o Brasil estar muito distante tecnicamente dos primeiros países do mundo. Com isso, as chances de classificação ficam reduzidas (o país sede tem direito a 2 atletas, considerando-se os 5 eventos) e as chances de medalha ainda mais reduzidas.
Ou seja, o potencial máximo seria de 2 medalhas. Não dá para competir com as demais modalidades (ainda), pois além de distribuírem mais medalhas, já têm um desenvolvimento técnico superior ao badminton, se comparado com os países top de cada modalidade.
Sistema de classificação para Londres 2012
São 172 atletas, sendo 86 homens e 86 mulheres. Na verdade, podem ser 85 a 87 homens e 85 a 87 mulheres, pois o país sede tem direito a 2 vagas e ele tem direito a escolher se quer 1 homem e 1 mulher ou 2 homens ou 2 mulheres.
Os 172 atletas são distribuídos entre os 5 eventos: simples masculina e simples feminina (38 atletas cada); duplas masculinas, duplas femininas e duplas mistas (16 duplas ou 32 atletas cada).
O país sede, além dos 2 atletas a que tem direito, ainda pode classificar mais atletas dentro dos critérios normais de classificação, pelo Ranking Mundial publicado em 03/05/2012.
Critérios de cotas continentais:
1) Nos eventos de simples, cada continente deve ter pelo menos 1 atleta representante. Se não houver nenhum atleta do continente no Ranking Mundial, o representante será o campeão da última competição continental antes dos Jogos.
2) Nos eventos de duplas, cada continente deve ter pelo menos 1 dupla representante, desde que esteja entre os 50 primeiros do Ranking Mundial.
3) Dentro desta cota continental, cada país pode ter, no máximo 2 atletas/duplas classificadas, considerando os 5 eventos. O regulamento não é muito claro sobre este assunto e não consegui entender bem como é feita a distribuição se um país tiver mais que os 2 atletas/duplas.
Critérios de cotas por país:
Nas simples:
1) Se todos os atletas estiverem entre os 4 primeiros do Ranking Mundial, o país tem direito a 3 vagas.
2) Se todos os atletas estiverem entre os 16 primeiros do Ranking Mundial, o país tem direito a 2 vagas.
3) A partir daí, cada país tem direito a 1 vaga, até se completarem os 38.
Nas duplas:
1) Se todas as duplas estiverem entre as 8 primeiras do Ranking Mundial, o país tem direito a 2 vagas (4 atletas).
2) A partir daí, cada país tem direito a 1 vaga (2 atletas), até se completarem as 16 duplas.
Rio 2016
No caso dos Jogos Olímpicos Rio 2016, conforme falei acima, é provável que o Brasil tenha apenas 2 representantes (mantidos os atuais critérios), a menos que o país consiga um grande desenvolvimento nos próximos 6 anos, classificando mais atletas e duplas entre os primeiros do Ranking Mundial.
Ainda não consegui fazer uma simulação detalhada, mas estimo que um atleta tenha que estar entre os 60 ou 70 do mundo em simples e entre os 30 ou 35 primeiros em duplas para conseguir se classificar. Isso é bem complicado, até porque no ano de classificação os principais atletas do mundo entram com força total nos principais torneios mundiais e pontuar no Ranking Mundial fica muito mais difícil.
Para atingirmos o potencial máximo de 12 medalhas, teríamos que colocar 3 atletas entre os 4 primeiros do mundo nas simples e 2 duplas entre as 8 primeiras do mundo. Convenhamos, isso é quase impossível de atingir até 2016.
Vamos ver como será o trabalho nos próximos anos. Os resultados do Campeonato Panamericano de Badminton, que está acontecendo em Curitiba/PR, não são nada animadores.
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