segunda-feira, 27 de julho de 2009

Atleta do Miécimo é convidado a participar do Mundial da Coréia

Rodrigo Alminhas vai representar o Brasil no Campeonato de Badminton para pessoas com comprometimentos físicos

Concentração, disciplina e dedicação são necessárias para a prática do badminton e características que Rodrigo Alminhas tem de sobra. Basta conversar um pouco com o atleta para perceber que se trata de um jovem que sabe o quer e que está acostumado a vencer as dificuldades. E não era para ser diferente, pois, mesmo tendo uma perna mecânica, ele nunca reclamou da vida e sempre praticou esporte. Agora, todo o esforço está sendo recompensado. Rodrigo foi convidado por Létisson Samarone, do Centro de Treinamento em Educação Física Especial de Brasília, para representar o Brasil no Campeonato Mundial de Badminton para pessoas com comprometimentos físicos.


“Será uma honra participar da competição e penso em conquistar uma medalha para o Brasil. A convocação para o Campeonato Mundial vai chamar a atenção das pessoas, dando oportunidade de mostrar que o Miécimo faz um trabalho sério”, diz Rodrigo, orgulhoso da convocação e sonhando que sua ida ao Mundial possa atrair para a modalidade mais pessoas.

Atualmente, no Rio de Janeiro, o badminton adaptado ainda é praticado de forma pontual, o que obriga os portadores de necessidades especiais a participarem normalmente dos torneios, jogando de igual para igual com os demais atletas. Algumas entidades praticantes de badminton já recebem praticantes com necessidades especiais, mas não há um trabalho sistemático, o que é confirmado por Ricardo Nagato, presidente da Federação de Badminton do Rio de Janeiro (Febarj), que assumiu a entidade no início do ano, vem firmando parcerias para desenvolver a modalidade no estado e tem o crescimento do badminton adaptado como uma de suas metas.


“Levando-se em conta que o Brasil é um dos países com maior número de portadores de necessidades especiais, esse trabalho ainda merece maior atenção”, analisa Nagato. “A convocação do Rodrigo é extremamente importante, pois é um incentivo para que o badminton adaptado possa crescer no Rio de Janeiro. Queremos ampliar o contato com a entidade do Distrito Federal que já desenvolve o badminton adaptado há mais tempo, trazendo seus atletas para exibições, além de levar o badminton a entidades no estado que já praticam esportes adaptados”, completa, lembrando ainda que a International Badminton Association for Disabled (IBAD) - entidade internacional responsável pelo badminton adaptado - está na luta para incluir a modalidade nos Jogos Paraolímpicos, o que contribuiria muito para a divulgação do esporte.


Nelson Veloso, diretor da Febarj e técnico de Alminhas no Miécimo da Silva, partilha da opinião e também acha que a convocação do atleta dará visibilidade para o projeto desenvolvido em Campo Grande, zona oeste do Rio de Janeiro. “Ele irá com condições técnicas para ter uma boa participação, mas o importante é que a ida dele dará projeção para o badminton carioca.”


Mas, apesar dos esforços da Federação e do otimismo do técnico, a presença de Alminhas no Mundial ainda não está 100% confirmada, pois como todo o esporte brasileiro, o badminton sofre com a falta de verbas. “Minha ida ainda não está certa. Estou precisando de apoio para o custeio das despesas, que são grandes. Estamos tentando. Por enquanto, é um grande sonho”, finaliza Rodrigo Alminhas, um jovem que começou praticando natação, mas se apaixonou pelo badminton quando o viu sendo jogado no Miécimo da Silva.

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